O Diretório Central dos Estudantes Livre (DCE) é criado e nomeado de Alexandre Vannuchi Leme em homenagem ao estudante de geologia da USP preso na Operação Bandeirantes e morto em 1973 no DOI-CODI.

As eleições ocorreram nos dias 12 e 13 de maio, mas as urnas foram furtadas na madrugada do dia 14. O processo eleitoral foi refeito nos dias 18 e 19 e, desta vez, os estudantes fizeram uma vigília para garantir a segurança das urnas. Durante a noite, foram organizadas atividades culturais, como teatro, projeções de filmes e debates sobre a liberdade de expressão. Esta segunda eleição contou com 13.209 votos e a chapa vencedora foi a Refazendo.

Novo Diretor: Antônio Guimarães Ferri

Na saída do diretor Manuel Nunes Dias, os alunos fazem a festa do “Já vai tarde”.

O jornalista Wladimir Herzog é morto após horas de tortura nas dependências do DOI-CODI. Naquele ano, Herzog lecionou na ECA a disciplina Jornalismo Televisionado para alunos do terceiro ano.

A rápida passagem do jornalista pela escola quase foi esquecida. Pouco tempo após sua morte, a referência ao seu nome, que constava no rascunho do ‘Relatório das Atividades do ano de 1975’, foi retirado da publicação oficial por “ordens superiores”. (MITIKA, 1999)

Diléa Frate, formada em jornalismo no ano anterior, fazia sua pesquisa de mestrado e dava aulas na ECA quando foi presa e torturada sob suspeita de ser militante do PCB – Partido Comunista Brasileiro.

Ela foi solta em oito dias e, em seguida, foi demitida da escola pelo diretor Manuel Nunes Dias.

O semestre letivo é cancelado por conta da greve estudantil e os alunos reprovados tiveram que refazer suas matérias no semestre seguinte.

Ocorre a primeira eleição da Congregação da ECA no molde das outras unidades da USP, mas ainda sem a resolução do problema dos professores da área de artes, que não tinham titulação e nem representação nos órgãos colegiados. Até então, o diretor Manuel Nunes Dias alegava que o corpo docente da ECA não possuía titulação suficiente para formar o terceiro departamento necessário para constituir a Congregação.

Três docentes da ECA pedem demissão em protesto à não renovação do contrato do Professor Silval Medina: Walter Sampaio, Paulo Roberto Leandro e Cremilda Medina.

Diretores do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC) participam de reunião com o Ministro da Educação e com o diretor do Departamento de Assuntos Universitários do MEC,

com o objetivo de expor os problemas internos da unidade, como falta de verbas e problemas na recontratação de professores. Além disso, entregaram um boletim informativo que narrava a crise desencadeada pela reprovação do exame de qualificação do Professor Sinval Medina.

O professor e coordenador do curso de Editoração e Jornalismo, Sinval Medina, é reprovado no exame de qualificação do mestrado e com isso a renovação de seu contrato como professor da unidade, prevista para fevereiro do ano seguinte, foi cancelada.

Sinval foi o último professor da ECA a sofrer a “cassação branca” e sua reprovação foi o estopim para a forte movimentação política na escola em 1975.

Os contratos dos professores Jose Marques de Melo, do Departamento de Jornalismo e Editoração, e Paulo Emílio Salles Gomes, do Departamento de Cinema, não são renovados.

Esse ato de demissão sumária sem direito à defesa e à indenização era chamado de “cassação branca” e era um recurso utilizado para excluir do quadro de docentes da universidade professores que apresentassem qualquer tipo de ameaça ao regime militar.